Interpretação de Pe. José Carlos Pereira
Canção Desenredo - Boca Livre - Participação de Roberta Sá
CD - Desejo Proibido - Faixa 4
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A Dor
Dilacera a alma e o corpo;
de onde vem não se sabe.
Não se poupa, não se cabe,
transborda em espasmos gigantes,
fere e mata por instantes.
A dor é nobre e infame;
tem seu posto na vida.
É necessária e ao mesmo tempo desprezível
só depende do instante que a irriga.
Se mata, não fere;
se fere, não redime.
Dor que é dor, reconstrói.
Tira do ser a essência que extingue,
Se a oferto, o outro a recusa;
se acolho, inicio a luta.
Gemendo dou sinais em risos;
é a dor percorrendo com ironia seu caminho.
Enfim, adormeço exausto,
sem saber se a dor foi real;
mas prefiro sentir meu respiro
do que render-me à dor infernal.
E se no instante percebo-me vivo
é sinal que a dor já passou.
Agora não sou mais o antigo,
sua marca eterna em mim deixou.
Se é dor é inexplicável;
transcende o entendimento carnal.
Dela se tira o básico:
sobreviver pra tornar-se imortal.